Conjuntura Política: leitor questiona matéria sobre derrota do PSB
24/10/2024
Véia de Aprígio em convenção na qual teve o nome homologado como candidata a prefeita de Surubim (Foto: Reprodução/ Divulgação)
Fernando F. Guerra
A propósito de artigo veiculado neste espaço abordando o resultado desfavorável ao PSB no pleito passado quando a candidata Véia de Aprígio foi derrotada, recebemos uma correspondência do artista plástico Luís Aprígio que transcrevemos fielmente a seguir:
Fernando,
Li e reli o artigo do Correio sobre a atuação do PSB nas últimas eleições. Não sou filiado a nenhum partido, mas devo fazer algumas considerações, que dizem respeito ao trabalho jornalístico de imprescindível importância para as comunidades, mas tão mal-usado pelos patrocinadores. Para me situar dos fatos, quase sempre, estou a fazer malabarismo entre os jornais, mais desconfiando do que usufruindo, quando não tomando por verdades o contrário das informações.
Mas vamos ao artigo. Primeiro não consta a oportunidade de defesa da parte afetada, que é regra áurea para o jornalismo (1). Quanto a publicação das pesquisas pelo DP é cabível a nota, houve distância do resultado final. Mas quanto aos incidentes foram fatos ocorridos e comprovados, quanto a aplicação como audiência eleitoreira é que talvez possam ser questionados (2). No que tange ao acidente da atual prefeita na campanha do primeiro mandato (fato incluído no artigo como para uso eleitoreiro), mostra tendenciosa colocação, pois foi ocorrência trágica, que, inclusive, levou a risco a vida da prefeita (3). E não teve uso nenhum para as eleições, a sorte do sucesso deveu-se a atuação do aliado, na época, Dr. Flávio Nobrega, que assumiu o espaço na campanha de corpo e alma.
Por último, devo citar a completa omissão de uma análise da Campanha da chapa vitoriosa, virtudes e defeitos, ou não os houve? (4).
O fato é que a população, dos dois lados, está muito curiosa, inclusive pela necessidade do acompanhamento pela polícia federal, que, não me consta, nunca antes utilizada. (5). Estas observações não são por mim, pois tenho opinião bem formada, são pelos outros leitores, que necessitam da informação na amplitude necessária (6).
Diante das colocações do nosso leitor, cuja qualificação merece os nossos maiores elogios, sentimo-nos na obrigação de emitir algumas explicações que seguem devidamente enumeradas.
1 – Oportunidade de defesa
Os artigos veiculados no “Conjuntura Política” são fundamentalmente opinativos, situando-se no plano das visões pessoais de seu autor. Essa oportunidade de defesa pode ser tratada posteriormente à sua publicação, sem precisar de exigir o cumprimento da lei que dá o direito de resposta, como estamos fazendo neste momento ao publicar seu texto.
2 – Os incidentes foram fatos ocorridos e comprovados
Citamos duas ocorrências similares envolvendo mãe e filho em campanhas diferentes. Na primeira delas o automóvel de Véia de Aprígio foi atingido por tiros no para-brisas e o de seu filho, candidato a vereador, nesta campanha, deu-se o mesmo. Sempre nas proximidades do pleito. Como todo macaco velho em política sabe, existe uma busca incessante pela mobilização psicológica do eleitorado através da comoção, para alterar resultados eleitorais. Raquel Lyra às vésperas da eleição para o governo do estado perdeu seu marido comovendo parte da população. E o que se viu foi sua inesperada vitória para governadora do estado. Numa reunião na casa de amigos, há alguns anos, com todos de sua família, conversando sobre a campanha à presidência da república, vencida por Bolsonaro, imediatamente ao atentado incruento do qual foi vítima, ouvi de alguns presentes que não estavam querendo votar nele, mas, a partir dessa facada mudaram de ideia. Essa possibilidade, de mudança de votos, decorrente de uma vitimização real ou forjada é inteiramente conhecida de todo político profissional.
3 – Mostra tendenciosa colocação pois foi ocorrência trágica
Não temos dúvidas sobre a ocorrência trágica, da qual foi vítima Ana Célia, mas esse acidente foi explorado massivamente, inclusive com vídeos, transformando-o num espetáculo doloroso com uma única finalidade, a eleitoreira. É óbvio que esse recurso buscou a dita comoção popular.
4 – Devo citar a completa omissão de uma análise da campanha vitoriosa
Ainda não nos debruçamos sobre as virtudes da chapa vencedora, fato de que dispomos de um aparato menor de informações, exceto a de que foi um grande gestor em Orobó. Mas se sabe que vem politicamente ocupando com méritos todos os espaços que se mostram frágeis em nossa a região. Fala-se de que gastou mais que o PSB. Se foi confirmada essa possibilidade, realizou-se a máxima de que o feitiço se virou contra o feiticeiro. Por que? Foi justamente a família Farias nas disputas contra o Padre Ferreira que inaugurou esse procedimento em nosso município. Creio que o time de Chaparral aproveitou os erros do adversário para ganhar de forma inquestionável essa partida. O PSB entrou em campo de sapato alto e escalado de maneira incompetente, e, por conseguinte colheu essa derrota inesperada.
6 – Necessidade do acompanhamento da Polícia Federal
Sobre o assunto nos reportamos ao site do Diário de Pernambuco em sua postagem no dia 7/10 que afirma que a Polícia Federal em todo o estado de Pernambuco entre os dias 4 e 6 de outubro registrou 10 ocorrências relacionadas às eleições. Coube a Surubim entrar nas estatísticas com a prisão de um homem que estava distribuindo material de campanha próximo a um colégio eleitoral, fazendo a conhecida boca de urna. (leia a reportagem clicando aqui)
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