Adeus ao frevo
29/02/2016O professor Nepomuceno, já conhecido nas rodas literárias e artísticas como um grande idiota, afirmou com todas as letras que “cultura não dá voto!” Ele, provavelmente deve ter influenciado a elaboração do projeto do Desfile das Virgens 2016, completou um nosso amigo, ator dos bons, esquecido nas prateleiras empoeiradas dos apoios culturais.
Afinal, numa das memoráveis aulas do nosso imorredouro mestre, ele, com certeza, teria astúcia para afirmar em tom de pergunta “Pra que servem teatro, artes plásticas, música erudita e literatura!?”
O diabo é que nosso educador parece ter razão. Surubim no domingo (14/02), dia do Desfile das Virgens promoveu solenemente o enterro do frevo. A terra de Capiba, no seu carnaval, desprezou o frevo, os blocos líricos, e deu um tratamento de segunda categoria a todas as manifestações carnavalescas genuinamente pernambucanas.
O complicado de tudo isso é que poderíamos acusar a administração atual de ser a responsável por esse caos com a perda irreparável da nossa identidade cultural. Entretanto, quando nos deparamos com todos os possíveis candidatos de oposição montados no Trio Forró Pegado, nesse desfile, perdemos a esperança de que seria possível alguma mudança.
Talvez nesses equívocos resida o fato de que a imprensa da capital tem ignorado solenemente o carnaval surubinense. Não conseguimos localizar entre a sexta-feira (12/02) e a terça-feira (16/02), mais do que poucas linhas falando do Desfile das Virgens de Surubim, nos principais jornais pernambucanos.
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