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Ex-gerente de banco é investigado por desvio de R$ 10 milhões; oito pessoas de Surubim são suspeitas de integrar o esquema

15/07/2020

PF cumpriu mandados em Surubim na manhã desta quarta-feira (15) (Foto: Polícia Federal/ Divulgação)

Do G1 Caruaru

Na manhã desta quarta-feira (15) a Polícia Federal de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, realizou a Operação Escaparate. A ação faz parte da terceira fase da Operação Impunitas, que investiga uma organização criminosa suspeita de crimes contra o sistema financeiro em agências bancárias de Santa Cruz do Capibaribe. Os prejuízos financeiros aos cofres públicos são superiores a R$ 10 milhões.

Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e busca e apreensão, bloqueadas as contas bancárias de 11 pessoas físicas e jurídicas, apreendidos bens e quebra de sigilo fiscal de nove pessoas físicas e jurídicas, além da intimação de oito pessoas identificadas como supostos “laranjas”, no município de Surubim.

As investigações tiveram início em março de 2019 com o objetivo de prender uma organização criminosa instalada na agência do Banco do Nordeste, em Santa Cruz do Capibaribe. O grupo é investigado por crimes contra o sistema financeiro nacional, peculato (desvio de dinheiro público), lavagem de dinheiro e constituição, e participação em organização criminosa.

Nas duas primeiras fases da Operação Impunitas foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva, além do bloqueio de valores e bens dos investigados. As investigações identificaram o ex-gerente da agência do Banco do Nordeste, em Santa Cruz do Capibaribe, como suposto líder da organização criminosa.

De acordo com a Polícia Federal, o ex-gerente facilitava o acesso dos demais integrantes do grupo criminoso ao dinheiro, através de operações de créditos ilegais com documentos falsos. As análises das quebras dos sigilos bancários apontaram que, entre os anos de 2016 e 2020, eles movimentaram valores em torno R$ 379.401.538,36.

Dos valores obtidos de maneira fraudulenta, pelo menos R$ 19.989.079,50 tiveram origem no Fundo Constitucional de Desenvolvimento ao Nordeste, recursos que deveriam ser destinados ao desenvolvimento da região, por meio da concessão de créditos às micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais.

As investigações levaram a Polícia Federal a constatar que mesmo após ter sido denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), o então gerente continuava a praticar os mesmos crimes, desta vez na agência do Banco Itaú, também em Santa Cruz do Capibaribe.

Após o término das duas primeiras fases da investigação, o suspeito movimentou o valor de R$ 4.012.208,00 através de nove empresas de fachada. As investigações continuam para apurar a participação de outras pessoas nos crimes, além de investigar outros crimes relacionados com a prática da organização criminosa.

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