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O Circo pegou fogo – 1: seria cômico se não fosse trágico

01/05/2020

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante entrevista coletiva (Foto: Adriano Machado/ Reuters)

Conjuntura Política | Por Fernando Guerra

O nosso país convive neste momento com muita apreensão uma pandemia provocada pelo coronavírus e o flagelo de um governo irresponsável cuja incompetência sob o comando de Jair Messias Bolsonaro impõe à nossa pátria um mergulho no obscurantismo de “ponta cabeça”.

Esse personagem que certamente passará à história como um dos piores governantes que o Brasil já teve, quer a todo custo ser lembrado como “O Presidente Sol”. Isso porque não admite que absolutamente ninguém lhe faça sombra. Veja-se, portanto dois de seus ministros que começaram a qualificar a sua gestão: o ex-Ministro da Saúde Luís Henrique Mandetta e o ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, quando as pesquisas colocaram os dois como mais populares que o presidente,  este em duas canetadas os varreu de sua administração.

Há indicações muito claras que Bolsonaro será uma marionete dos militares por seu vínculo com a categoria querendo resguardar-se do poder das forças armadas para atravessar essa turbulência política sem ser destituído. Uma das qualidades apregoadas aos militares é a disciplina, mas não é essa a disciplina que é tão importante para o nosso cotidiano, capaz de fazer a diferença em nossas atividades, mas sim aquela da obediência sem questionamentos. Uma rígida hierarquia que sufoca a arte e os artistas, os escritores, aqueles que assumem suas individualidades, os pensadores, os que são regidos pelas forças espirituais e que integrados na natureza tem um comportamento ético de respeito profundo a Deus e suas criaturas. Estes não são condicionados a obedecer sem discutir as ordens emanadas dos superiores, faz parte dos processos criativos, dos mergulhos que se dão na alma para conhecer os insondáveis caminhos que levam ao autoconhecimento.

Um regime militar ou militarizado pode inibir todos esses processos. Os militares administrarem os destinos da política, da economia, da educação, da cultura, da saúde pública, dos esportes, da ciência, da religião, do cotidiano da nação é, na melhor das afirmativas, um desvio de finalidade. É claro que as nossas forças armadas devem seguir o exemplo imorredouro do nosso glorioso exército quando, no período da escravidão, se recusou a desempenhar o papel de capitães do mato. Dar sustentação a um presidente contraditório, impulsivo, grotesco, que desconhece o que vem a ser um estadista é uma aventura sem a menor perspectiva de sucesso.

Continua na próxima semana…

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