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Chuvas não alteram quadro de colapso da Barragem de Jucazinho

03/08/2017

Pouca água que existe na barragem foi acumulada no começo de maio deste ano (Foto: Divulgação/ Compesa)

A região onde está localizada a Barragem de Jucazinho, não recebeu chuvas suficientes para alterar o quadro do maior reservatório para abastecimento humano operado em Pernambuco, que continua seca. A barragem está situada na região que possui o pior balanço hídrico do Brasil e não resistiu à estiagem extrema por sete anos consecutivos, entrando em colapso em setembro do ano passado. Ao contrário de outras barragens do Agreste, Jucazinho ainda não conseguiu se recuperar e atravessa o pior cenário desde a sua inauguração, em 2000. Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima – Apac, no estado de Pernambuco ocorre uma má distribuição espacial das chuvas, ou seja, há regiões que há grande concentração pluviométrica e, em outras não chove quase nada.

Ainda de acordo com a Apac, agora em agosto as chuvas começam a ficar mais fracas no Agreste e terão uma duração mais curta, de poucos minutos. “Na região da barragem é esperado que chova em torno de 80 milímetros, mas como este volume de precipitação geralmente não é concentrado, não deve contribuir significativamente para acumular água em Jucazinho. A partir de setembro, o volume de chuvas cai drasticamente, a média mensal histórica de precipitação é em torno de 25 a 30 milímetros de chuvas”, explica o meteorologista da Apac, Roberto Carlos Pereira. 

A última vez que a Barragem de Jucazinho sangrou foi em setembro de 2011. De acordo ainda com a Apac, para reverter essa situação, seria preciso ocorrer fortes chuvas nos municípios da bacia do Rio Capibaribe – como Jataúba, Toritama, Santa Cruz do Capibaribe, Taquaritinga do Norte, Vertentes, Frei Miguelinho e Riacho das Almas – chuvas tão intensas (e concentradas em um ou poucos dias) como as registradas em julho deste ano, na Zona da Mata Sul. 

Em cidades como Frei Miguelinho por exemplo, choveu este ano, menos de 30% do esperado, segundo o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). Todos os outros municípios da bacia do Capibaribe, nos quais as chuvas  poderiam abastecer o manancial também registram chuvas abaixo da média.

A pouca água que existe na barragem, foi acumulada no começo de maio com chuvas que ocorreram nas proximidades do reservatório e em Riacho das Almas, com o transbordamento do Riacho das Éguas. O nível é tão baixo que não chegou a ultrapassar nem mesmo a represa de barro próxima ao paredão da barragem. As águas cobrem sem muita profundidade um trecho pouco extenso do leito do Capibaribe, que antes estava totalmente seco. De lá até agora, apesar das precipitações, o volume permaneceu inalterado.

Imagem de dezembro de 2016, mostra a barragem totalmente seca. Colapso foi oficializado em setembro do mesmo ano (Foto: Alan Lucena/ Arquivo pessoal)

Com o colapso de Jucazinho, algumas cidades atendidas pelo sistema passaram a ser abastecidas por outras fontes de água, como Caruaru, Gravatá e Bezerros. Para melhorar o fornecimento de água para Caruaru e outras cidades da região, como Santa Cruz do Capibaribe, a companhia está realizando uma obra para ampliar as estações de bombeamento do Sistema do Prata/ Pirangi, que vai aumentar a capacidade de transporte de água do sistema.

No caso de Toritama, essa obra vai possibilitar a retirada da população da cidade do colapso – a previsão é que Toritama volte a ser abastecida pela rede ainda no mês de agosto. Já para as cidades de Riacho das Almas, Cumaru, Passira e Salgadinho, que estão sendo atendidas exclusivamente por carros-pipa, o retorno do abastecimento nessas cidades será viabilizado com a construção de uma unidade de bombeamento na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Salgado (ETA), em Caruaru, que vai possibilitar a inversão do sistema – que antes vinha de Jucazinho para Caruaru – para retornar o caminho da adutora levando água do Sistema Prata/ Pirangi para essas quatro cidades. 

Da Redação com informações da Assessoria de Imprensa da Compesa

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