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Opinião: trios elétricos sepultaram o frevo na terra de Capiba

12/03/2017
TRIO 02

Axé e ate músicas eletrônicas predominaram nos trios elétricos durante o evento (Imagem: Reprodução/ Youtube)

Por Fernando Guerra

Uma herança de mais de trinta anos continua fazendo estragos no Desfile das Virgens de Surubim que aconteceu no dia 05 de março. Cerca de dez Trios Elétricos desceram a Avenida São Sebastião numa verdadeira exaltação ao carnaval baiano, até o palco da folia montado no conhecido Pátio da Usina.

Qualquer observador atento e consciente percebe o crime cultural que se comete anualmente contra a identidade do carnaval pernambucano. Com exceção do Trio Xavante que ensaiou duas ou três músicas pernambucanas, nenhum deles abriu espaço para o frevo. Todos participaram do que poderia ser chamado de um cortejo fúnebre para o sepultamento da mais autêntica expressão carnavalesca do nosso Estado. O que nos deixa perplexos é que tudo isso se passa em Surubim que é a terra natal do maior compositor de frevos do país, Capiba. Ele é o símbolo mais emblemático da nossa festa momesca.

Um povo que não valoriza suas raízes culturais é um povo sem expressão, sem alma, massa de manobra, como se diz no jargão popular, maria-vai-com-as-outras.Chega dessa idiotice de estar valorizando quem não abre nem um pequeno espaço para as manifestações de nossa cultura.

Certamente reside nesse aspecto o fato de que os veículos de comunicação impressos do Estado não dedicam uma linha sequer sobre esse desfile. Quando fazem alguma referência procuram manifestações paralelas, sobretudo as folclóricas que são o outro lado do carnaval surubinense.

 

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